A menina que aprendeu a matar centopeias e outros poemas

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"É talvez por isso que há um lastro melancólico a percorrer esta escrita, onde as memórias emocionais convergem com uma melancolia misteriosa e cúmplice de um estranho quebranto. (p. 20) Nasci com o pecado original da melancolia. Trago-a decalcada nas linhas das mãos como lava compulsiva de um vulcão inadiável. (p. 20)

São palavras da autora que deixa a quem a lê a sugestão de um vestígio intransferível de inocência e culpa paralelo aos medos que a escuridão ampliava quando a renda do lençol era o esconderijo de um sobressalto entornado nos dias. Cresce-se assim, na vertigem tantas vezes indecisa, tantas vezes rigorosa da procura da luz que se oculta ou foge de quem a procura. Foi assim que ceguei. Com espinhos de enigmas decifrados a cravarem-se nas pálpebras. (p.13)"

Graça Pires 

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“Segurar os olhos pelo coração” poderia constituir, por si só, um excelente mandamento para todos os leitores destes versos que desejem enveredar na busca da felicidade possível entre o horizonte desalinhado e ruidoso de um mundo repleto de desafios, urgências e contradições. A palavra poética, “oxigénio, milagre, mistério”, adquire na obra de Virgínia do Carmo o valor de palavra significativa de resistência à degradação ao convocar, conforme se lê no poema “Procura”, essas pequenas coisas invisíveis que “cumprem / a rigidez das verdades fundas e antigas.” (p. 29). Coisas “como o peso de uma flor. / A bondade. / A textura do vento” (ibid.), cuja respiração faz crescer a esperança pelos instantes vivos da mais intacta felicidade."

Francisco Saraiva Fino

[recensão completa aqui: 

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Virgínia do Carmo nasceu em França em 1973, mas cresceu em Trás-os-Montes, onde estão todas as suas raízes. É licenciada em Comunicação Social pelo ISCSP / UTL. Foi jornalista no início do seu percurso profissional, tendo deixado esta actividade para se tornar livreira. Em 2013 fundou a Poética Edições, projecto a que se tem dedicado desde então.

É autora de algumas obras, de que se destacam Relevos (poesia, Poética Edições, 2014), Poemas simples para corações inteiros (poesia, Poética Edições, 2017),  Ecos de Green Rose (poesia, Poética Edições, 2019) e Uma luz que nos nasce por dentro (contos, Reed. Poética Edições, 2020) e Zulmira morreu (romance, Poética Edições, 2021). Está presente em algumas obras colectivas, como a antologia de escritoras transmontanas, Por longos dias, longos anos, fui silêncio (Âncora Editora, 2015), a antologia de autores portugueses e galegos Terra, (Galiza, 2015), a Plaquette Colectiva de Textos Breves Debaixo do Elmo (Escola Superior de Educação, Porto, 2016), a homenagem a Paul Celan no centenário do seu nascimento, A norte do futuro. (Poética Edições, 2020, organização de Maria Teresa Dias Furtado), Sou tu quando sou eu. Homenagem à amizade (Poética Edições, 2021, organização de Maria Teresa Dias Furtado) e Água Silêncio Sede. Homenagem Poética a Maria Judite de Carvalho no centenário do seu nascimento (Poética Edições, 2021).

Organizou a antologia 13 Poetas Portugueses Contemporâneos (Argentina, Leviatán Editorial, 2020).

Mais recentemente viu alguns poemas serem traduzidos para castelhano e incluídos na antologia Tras los claveles. 35 poetas portuguesas 1970-1999 (Espanha, Garvm Ediciones, 2022).

Ainda em 2022, foi uma das poetas convidadas a representar Portugal no ACRUX - Festival de Poesia e Ciência do Estreito de Magalhães, no Chile.

A sua obra “Zulmira morreu” está traduzida em mirandês e espanhol.

 Edição: Março de 2023 |  Páginas: 64 | Encadernação: capa mole | Formato: 12cmx22cm | ISBN978-989-9070-54-7