"[...]
As palavras são escadas escorregadias que sobem dos lugares de penumbra, casas sem janelas, ecos de palavras que nunca chegaram a nascer. Não me lembro o que te disse. Vestias tão devagar a última peça de roupa: e depois disseste
o amor é uma flor subitamente nada.
[...]"
Excerto do poema "Súbitas flores"
"[...] O nome das árvores” é o ponto de partida, a base, surgindo como metáfora daquilo que está cimentado e firmado no sujeito que cria. Basta constatar que as árvores possuem raízes, símbolo das fundações, dos alicerces que possibilitam a construção. “Os nomes por escrever” representam o processo de descoberta que se vai operando à medida que se escreve, tratando-se de uma fase que não se encerra, que vive na incompletude, que carece de um fim definitivo. [...]"
Lígia Bugalho
Sobre o autor:
Rui Miguel Fragas, pseudónimo de Rui Féteira, nasceu em 1964, em São Miguel de Poiares, distrito de Coimbra. Licenciou-se em Filosofia na Universidade de Coimbra. É professor do ensino secundário. Publicou alguns poemas e contos nas revistas “Alma Azul” e “Aeroplano”. É co-fundador do grupo de teatro “Páteo das Galinhas” da Figueira da Foz.
Edição: Março de 2014
76 páginas