AMORES DE PRÍNCIPE

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Um conto de fadas para não-crianças

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Ser Bruxa, foi uma das primeiras profissões que as Mulheres conseguiram ter: As mulheres que, desde a pré-história, enquanto os homens caçavam, iam descobrindo folhas, caules e raízes, que usavam como complemento da alimentação e no alívio de dores e maleitas. Por isso, contaram-me italianos, as bruxas são em Itália consideradas símbolo das feministas. 

Fadas e Bruxas (Que las hay, hay) podem ser más ou boas, prejudicar ou curar.  Elas estão presentes na nossa história como na nossa imaginação.

Quando, já com mais de vinte anos, vim a ler  «Psicanálise dos Contos de Fadas», de Bruno Bettlheim, tive uma verdadeira epifania, ao perceber como todo aquele conteúdo simbólico estava bem vivo no inconsciente colectivo e no meu.

 

                                                       (Júlia Lello, do prefácio)

 

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“Quando voltou ao palácio, ainda surpresa e quase medrosa da metamorfose, o Príncipe, pensava ela, devia estar ainda com a.

Mas o Príncipe estava no salão, a descansar de tantas viagens e noites de amor, e dos sonhos que cansavam, das lutas que com a bruxa tinha travado por causa da música.

Ao princípio nem a viu entrar, nem decerto a conheceria: como poderia conhecê-la, se o seu aspecto já não era de Bruxa; e se ele já não se lembrava dela quando Princesa (até o som bonito do seu nome, gentil nome, ele havia esquecido).

Mas era preciso dar tempo ao tempo.”

 

(excerto)

 

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Júlia Lello é natural de Luanda, mas foi em Lisboa que realizou os seus estudos e que sempre trabalhou. Desde cedo revelou tendência para a poesia e outras artes, sendo em criança leitora compulsiva, hábito que mais tarde veio a moderar, alternando-o com outras formas de expressão, nomeadamente uma ligação intermitente às artes performativas e, paralelamente, um constante compromisso com o ensino, quer profissional quer voluntário. O seu primeiro livro, Alguns textos de amor, data de 1982, a que se seguiram a obras de poesia Textos de Privação (1984), Textos Pretextuais, (1991), Os vivos e os mortos (2012), Da feminina prudência (2022) e Quase todos os poemas (2022). Em 1994, lançou a peça de teatro o Concerto, incluindo a obra alguns poemas inéditos. A novela Amores de Príncipe, da qual se faz a presente reedição, foi lançada em 1990, no emblemático Botequim, com apresentação de Natália Correia. Em 1996 saiu, numa edição da Escola Superior de Teatro e Cinema, o seu ensaio Virgínia Victorino e a vocação do Teatro. Está representada em antologias poéticas e outras de índole pedagógica literária ou teatral, bem como nalguma imprensa dispersa.

 

Edição: Maio de 2024 | ISBN: 978-989-9070-85-1 Páginas: 72 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 12cmx22cm