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Este livro junta em cardume contos inéditos e contos publicados na revista Sábado, na revista Egoísta, na Flanzine, na Três Três, na Papel, no blogue Clube de Leitores, et cetera.
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Gostou dele porque era sindicalista.
Dito assim parece pouco, mas quando com dezassete anos se está em 1967, é Presidente do Conselho de Ministros o doutor António de Oliveira Salazar e há a PIDE, Caxias, o Tarrafal, o comunismo, o analfabetismo, a ignorância e o medo, e ele audaz e sem receios nem medo, já parece mais.
Ele sem medo, não aos sussurros mas em voz alta, a falar com desdém do capital, a falar com afinco do proletariado, a falar com obstinação dos direitos dos trabalhadores, a assumir-se publicamente de esquerda.
Muitas vezes estava semanas sem aparecer.
Ela, por não ter notícias, ficava com o coração nas mãos.
E não é fácil andar com o coração nas mãos, porque não se tem mãos para fazer mais nada.
O Lado B (excerto)
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Raquel Serejo Martins
Economista a contragosto, fuma-dora com gosto e com desgosto, vegetariana, nadadora nada exímia, dançava flamenco agora estuda violoncelo, vive em Lisboa, tem dois gatos. Tem publicados dois romances: A Solidão dos Incons-tantes (2009) e Pretérito Perfeito (2013); seis livros de poesia: Aves de Incêndio (2016), Subúrbios de Veneza (2017), Os Invencíveis (2018), Plantas de Interior (2019), Silêncio Sálico (2020) e Valsa a Vau (2021); três peças de teatro: Preferia estar em Filadélfia (2019), A Iguana Viúva (2021) - Prémio Miguel Rovisco, 3ª edição, Requiem por Isabel (2023) - Prémio Miguel Rovisco, 5ª edição; e um livro de crónicas de viagem: Yoko Meshi (2023). Fora de Portugal, tem publicada em França, pela Cahiers de l’Approche, poesia, em edição bilíngue, com tradução de Sónia da Silva: L’utilité d’une clé à molette/ A utilidade de uma chave inglesa (2024).
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Edição: Setembro de 2024 | ISBN: 978-989-9070-96-7 | Páginas: 402 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 14cmx22cm