Este livro é surpreendente. Entramos nele pé ante pé. Páginas depois, caminhamos, em breve, estugamos o passo e, um pouco mais à frente, corremos e continuamos a correr até ao fim. Chegamos ofegantes. Paramos. Um silêncio profundo nos avassala. Li ou sonhei? Entendi o que li ou entendi‐me no que li? Terminei o livro ou o livro terminou comigo? Em que momento me perdi ou me achei ou me achei ao perder‐me?
É um livro culto.
É um hino à cultura e um constante apostrofar contra os cânones que a procuram conter. É um hino à liberdade que rompe com as liberdades autorizadas.
É um livro desestabilizador.
É um livro destemido. O fogo da denúncia é devastador.
É um livro corporal. Leva a língua portuguesa até aos limites da sua ductilidade, mas não faz disso um exercício hermético e muito menos etéreo.
É um livro apaixonante. A pura fruição da maestria no uso da língua.
Podemos aprender muito sobre o mundo com os livros. Os livros raros são aqueles com que aprendemos a ser. Este é um deles.
Boaventura de Sousa Santos
Luís Filipe Sarmento nasceu em Lisboa. Estudou Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Algumas das suas obras estão traduzidas em inglês, espanhol, francês, italiano, grego, romeno, macedónio, croata, sérvio, turco, russo, árabe, mandarim e japonês. Participou em mais de 100 encontros, festivais e congressos internacionais, represen-tando Portugal. É membro permanente da Comissão Coordenadora do World Poetry Movement. A sua obra tem sido galardoada com vários prémios internacionais.
Edição: Novembro de 2021 | ISBN: 978-989-9070-16-5 | Páginas: 300 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 15cmx23cm