Mão

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Passa o rio sobre nós

Uma corrente estranha, talvez

A água, no grito de ser foz

Também é silêncio que não lês

 

Passa o rio sobre a mão

Espelho de um futuro desejado

A água, no calor forte do coração

Também é frio no passado

 

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Outras obras do autor na Poética: 

Espera 

 

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Pedro Branco nasceu em Paris em 1965, ainda maio de 68 era apenas uma data sem importância. O seu pai, José Mário Branco, estava exilado em França desde 62 e sua mãe, Isabel Alves Costa, decidira, com apenas 16 anos, ir ter com o que na altura era o grande amor e projeto da sua vida. Em 1968 verificou-se que maio não seria apenas uma data igual a outras tantas e em julho nasce o seu irmão João, hoje figura ilustre da cultura teatral e cívica cabo-verdiana e mundial.

A sua infância foi passada entre França e Portugal junto dos avós maternos e em 1980 mudou-se definitivamente para Lisboa, onde abraçou dois projetos, que viriam a revelar-se fundamentais na sua formação: uma Oficina de Drama, na Comuna, com João Mota e o projeto Bombo da Festa, grupo de música popular portuguesa que fundou com colegas e onde foi explorando as suas capacidades musicais. Este grupo atuou em vários pontos do país, em bares, feiras e outras salas de espetáculos. Venceu um concurso da Associação 25 de Abril com uma canção de sua autoria, que viria a integrar um disco comemorativo da Revolução, juntamente com outros artistas de nome. O grupo participou igualmente em alguns Programas de televisão.

No início da sua carreira profissional como professor (1987), sempre utilizou a música e o teatro como fazendo parte da sua forma de estar e trabalhar com as crianças. Compôs inúmeras canções infantis e escreveu muitos textos, de apoio ao trabalho pedagógico e não só, com muito sucesso entre todos. Lecionou no Externato As Descobertas, no Jardim Infantil Pestalozzi e no Externato Fernão Mendes Pinto. Entre 1992 e 1997 trabalhou como editor na Constância Editores, com quem já colaborava externamente na edição de livros escolares. Em 1997 terminou a Licenciatura em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Lisboa, vertente Educação de Adultos. Em 2022 assumiu a Coordenação Pedagógica do Externato Fernão Mendes Pinto.

Membro ativo do MEM (Movimento da Escola Moderna) desde 1998, terminou entretanto a componente  curricular do Mestrado em Educação Artística – Teatro e Educação, pela Escola Superior de Educação de Lisboa.

Ao longo dos tempos foi atuando, a solo ou em parcerias, em vários espetáculos de música portuguesa, onde se foi revelando, tendo atuado já em várias salas do país e com bastantes companheiros: José Mário Branco, Francisco Fanhais, Carlos Alberto Moniz, Jorge Palma, Rogério Charraz, João Afonso, Ana Laíns, Beatriz Portugal, Jacqueline Fernandez, Luanda Cozetti, Filipa Pais, Marco Oliveira... Em 2011 ganhou o Prémio Ary dos Santos para melhor letra original no festival Cantar Abril de Almada, com o tema feito em parceria com Rogério Charraz “Para, Olha, Escuta e Avança”. Em 2024 foi um dos oito finalistas do concurso CantarAbril, promovido pela Câmara Municipal de Almada, com a canção “Chão Capaz”. Escreveu e interpretou um recital intitulado “Doze Palavras que se cantam e que se Dizem”, espetáculo concebido para ser apresentado em casa das pessoas. Efetuou várias atuações deste recital, quer em espaços privados, quer públicos, como, por exemplo, o Teatro da Trindade, onde esteve em cena durante um mês. Tem-se aventurado na criação e apresentação de recitais de poesia e canções, sozinho ou com outros companheiros: “O Outro Lado”; “Encontro”; “O Silêncio dos Gritos”; “Entrelaçar”; “Saudade em Estar”; “Inesperado”; “Espelho”; “Em verso”; “Que é da vida que corre”; “Amor”, em trio de violoncelo, guitarra e piano, “Lutas”... Continua com o seu projeto “O Poeta em casa”, onde apresenta a sua obra em casas particulares ou espaços pequenos, tem estado a proporcionar bons e quentes momentos de partilha. Venceu, com o Bombo da Festa e a canção “Catarina e Eu”, um Concurso da Associação 25 de abril (1987), para participar na gravação de um disco comemorativo da Revolução – “Festa de Abril” –, acabando por gravar sobe a direção de José Mário Branco. Participou como letrista em discos de Rogério Charraz: “A Chave” (2011), “Espelho” (2014), “4.0” (2018). Compõe duas canções para o disco “Mama” (2018) e “Forever Blue” (2023), de Yara Gutkin. Participa no disco de Carlos Alberto Moniz, “Por este Mar Abaixo”, em dueto com o autor na canção “Avé Sardinha” (2022). Participa como cantor no projeto de Davide Zaccaria, “Crianças pela Paz”, cantando “Quando eu for grande” com Maria Anadon e Violeta Teles, e “Terra prometida” com todos os músicos intervenientes (2022). Eu 2017 inicia e grava o seu disco “Contigo”, gerindo os afetos e vontades de uma centena de amigos e muitos outros desconhecidos, que o ajudaram a concretizar este projeto, que vem a público em 2018.

Em 2023 gravou o seu novo disco, “Amor”, onde mais uma vez junta as energias, os afetos e o talento de muitas pessoas: Capicua, Ana Sofia Paiva, Marta Plantier, Amélia Muge, Catarina Wallenstein, Sopa de Pedra, Maria Anadon, Eliana Rosa, Ana Rita Dias, Cláudia Andrade, Uxia, Rita Matos Rocha, Ana Bacalhau, Luanda Cozetti, Filipa Pais, Marco Oliveira, entre outros. Desde 2018 que dirige o Coro Comunitário da Ajuda. Em2019 iniciou a direção do Subcoro da Biblioteca de Alcântara, para crianças. Estas atividades inserem-se numa parceria com a CUSCA, associação cultural sediada na Ajuda, em Lisboa. Está à frente do “Coruchéus, o nosso coro de Alvalade”, para crianças. Durante o ano de 2020, com o Alexandre Honrado, compõe e produz para o projeto “Contos de casa” mais de 20 canções infantis, que viria a integrar o Plano Nacional de Leitura: https://contosdecasa.com/ Desde 2021 que integra o projeto “Partes”, com Rui Gato, Ricardo Romano e André Pereira, como compositor, tendo composto já 54 canções. Continua cheio de projetos e ideias. Escreveu a música original para a peça “O estrangeiro em casa”, de Richard Demarcy, levada à cena pelo grupo Teatrosfera, em março de 2023; para a peça “As Ressuscitadas”, de Miguel Falcão, levado à cena pelo grupo Chão de Oliva, em novembro de 2024. É o responsável musical na peça “Há vozes no Palácio”, maio 2023.

Escreveu, entre outras, as peças de teatro “A Cela”, “Do amor”, “2pra2”, “Rente”, “O Lugar”, “Viagens”, que, mais tarde ou mais cedo, terão mesmo de ser levadas a cena, bem como outras dramaturgias, ainda na gaveta! Levou à cena “Conta-me uma história”, uma peça infantil, escrita e realizada em parceria com Inês Fouto. Escreveu e encenou a peça “A Feia”, baseada no Diário de uma doente oncológica, com mulheres que estão ou estiveram em tratamento, que foi levada à cena no Teatro da Comuna em julho de 2023 e em maio de 2024. Dirige, como dramaturgo e encenador, um grupo de teatro comunitário do Palácio da Ajuda, tendo escrito e estando a encenar a peça “Das ruínas”, levada à cena em setembro de 2024. Dirige grupos de teatro de crianças na escola onde leciona e com eles tem criado entre 1 a 2 peças de teatro por ano.

Escreve e publica com alguma regularidade no seu blog http://daspalavrasquenosunem.blogspot.pt/. Esse tempo, que começou em novembro de 2006 significou, para ele e para muitos, o início de um grande movimento poético que juntou inúmeras comunidades por esse mundo fora. Ainda hoje existe uma lacuna nas chamadas “redes sociais”, que em vez de potenciarem esses movimentos, os destruíram quase irremediavelmente. Salvam-se as pessoas e a sua capacidade de serem. Foi neste tempo que se assumiu verdadeiramente como escritor e autor. Autor de 6 livros: edição de autor, “Escolhas”; pela Edita-Me “Escolhas”, “Pequenas Histórias de Meninos e Outras Malandrices”, “Outras Escolhas”; para o MSV “Juca, o Guardião da Casa das Cores” e na Poética Edições “Espera”.

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Edição: Dezembro de 2024 | ISBN: 978-989-9241-06-0 | Páginas: 134 | Encadernação: capa mole | Formato: 12cmx22cm