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O diálogo é um tema actual, necessário, indispensável e eficaz se na sua mais lídima atmosfera: a da amizade, a comunicação entre um eu e um tu, sobre as mais variadas questões que interessam ou afligem o ser humano. Para Celan, o tu é sobretudo dos mortos do genocídio nazi ou a amada, algum amigo. Raro é que o interlocutor seja Deus, destinatário que responde nos versos do próprio poeta. Para os dois poetas que escolhi, esse diálogo é fundamental, embora se assuma de modos diversos: Rilke assume o papel de monge pintor de ícones que, ao praticar essa arte precisa de rezar com Quem lhe está a sair das mãos, seguindo a estética dos ícones.
Maria Teresa Dias Furtado
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Maria Teresa Dias Furtado é Professora Associada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu a Licenciatura em Filologia Germânica com uma tese sobre Paul Celan e doutorou-se em Literatura Alemã com uma dissertação sobre Hölderlin. Leccionou na mesma Faculdade Literatura Alemã e Tradução Literária do Alemão. Tem publicado artigos da sua especialidade, bem como sobre Poesia Portuguesa Contemporânea. Deu à estampa várias traduções de Friedrich Hölderlin: Elegias, Tradução e Prefácio. 2ª Edição, Assírio & Alvim, 2000; Hipérion ou o Eremita da Grécia. Tradução e Prefácio. Romance epistolar, Assírio & Alvim, 1997; Hinos Tardios, Tradução e Prefácio, Assírio & Alvim, 2000; A Morte de Empédocles, Tradução e Prefácio, (tragédia em três versões, das quais a primeira teve estreia absoluta no Teatro da Cornucópia com encenação de Luís Miguel Cintra, em Março de 2001), Relógio D’Água, 2001 e Poemas da Torre, Poética Edições, 2021.
Publicou igualmente várias traduções de Rainer Maria Rilke: As Elegias de Duíno, Tradução e Prefácio. 3ª Edição, Assírio & Alvim, 2020; As Anotações de Malte Laurids Brigge, Tradução e Prefácio, Relógio D’Água, 2003; O Livro de Horas, Tradução e Prefácio. 2ª Edição, Lisboa, Assírio & Alvim, 2020; Poemas e Canções, Selecção, Tradução e Prefácio. Poética Edições, 2020; Novos Poemas, Assírio & Alvim, 2023 e Os Sonetos a Orfeu seguidos de Poemas à Noite, Assírio & Alvim, 2023.
É também sua a tradução da obra poética completa de Paul Celan: Os Poemas, Assírio & Alvim, 2022.
Enquanto autora, publicou em 2002 um diálogo poético com António Ramos Rosa, O Alvor do Mundo; em 2007 a colectânea de poesia Livro de Ritmos; em 2012 o livro de poemas O Arco do Tempo; em 2014, o livro de poemas ilustrado por José Assis, Idades. Para uma Antropologia Poética; no mesmo ano, No Rendilhado da Espuma. Cantares Mouriscos, Os Meninos sem medo e o morcego (conto para crianças) (capa de José Assis) e Livro de Rostos (poesia, capa de José Assis). Em 2016 publicou Neste Sopro que me tece (Poéticas da Pintura, em diálogo com a Exposição “Sacrifício e Seda”, da pintora Ana de Sousa); ainda com esta última, publicou o livro para crianças Na Floresta com a Victória, em 2018, bem como Demanda do Poético no Retábulo da Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta, (Poesia), com Prefácio de Vítor Serrão e Posfácio de Jorge Duarte. Em 2019 publicou a sua primeira obra na Poética Edições, Onde o Poeta Mora, e, no mesmo ano, Onde o Poeta Mora seguido de Tradução do Silêncio, numa dupla homenagem ao poeta Daniel Faria. Seguem-se, em 2020, o ensaio A Arte do Silêncio à luz de Daniel Faria, Paul Celan e Hölderlin e a organização de uma Homenagem Poética a Paul Celan no centenário do seu nascimento, A Norte do Futuro, com a colaboração de cinquenta e três poetas de língua portuguesa; em 2021 o ensaio Do espiritual na moderna poesia portuguesa e a organização da antologia poética de homenagem à amizade Sou tu quando sou eu; em 2022, o livro de poesia Ofício da água, mais uma vez inspirado na poesia de Daniel Faria e, em 2023, Modos de Elegia: Poetas que ficam.
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Edição: Junho de 2024 | ISBN: 978-989-9070-88-2 | Páginas: 38 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 14cmx22cm