MADRUGADA DE MIM

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Aos meus dezasseis anos de idade, no mês de agosto de 1964, tive o privilégio de ser submetido a uma extraordinária experiência, episódio marcante que me esclareceu sobre os caminhos que devia trilhar para exprimir a minha criatividade e usufruir dos meus gostos. Esses 28 dias marcaram a escolha da minha principal  profissão,  e também dos meus afetos e desejos: até então, como saudável adolescente, gostava de raparigas, a partir dessa data passei a amar as mulheres. Fotografando-as encontrei o grande amor da minha vida, a Fotografia, que me fascinou pela vastidão das suas linguagens, pelo incrível poder que proporcionava. Estou crente que se este verão de 64 tivesse sido normal, eu teria encontrado as mesmas opções por diferentes vias. Quero acreditar… mas não tenho a certeza!

Então encontrei a minha Arte, e com ela todas as Artes, assegurei-me de várias das minhas capacidades pessoais, o que me transmitiu uma relativa segurança para um Futuro tão rico, tão variado e tão incerto. 

Tenho que reconhecer que mereci viver essa fantástica experiência, embora não adivinhasse que só 35 anos depois a poderia encerrar. Não podia deixar de lhe chamar “Madrugada de mim”, era um rapaz, passei a ser homem.

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José Pessoa nasceu em Lisboa no ano de 1948. Em 1971 entrou para o então Instituto José de Figueiredo, para um estágio de dois meses. Aí permaneceu 17 anos, especialIzando-se no exame científico de obras de arte tendo sido responsável pelo  Laboratório Fotográfico e Radiográfico por cerca de dez anos. Foi professor da cadeira de documentação e exame fotográfico de obras de arte para a conservação e restauro no 1º. Curso de Técnicos de Conservação e Restauro do I.J.F., vindo também a lecionar no curso similar do Museu Monográfico de Conímbriga. Ministrou diversos cursos em universidades, nomeadamente num mestrado da Universidade Católica de Lisboa. Atualmente, tem um curso anual no Museu do Douro.

Em 1987 transferiu-se para o Arquivo Nacional de Fotografia (em formação). Autor do projeto de Inventário Fotográfico Nacional de Obras de Arte, que viria a ser aprovado e que se iniciou em 1990. Foi responsável pelos Laboratórios Fotográficos da Divisão de Documentação Fotográfica do Instituto Português de Museus até 2008. Procedeu ao inventário do corpus flamengo do Museu Nacional de Arte Antiga, por solicitação do Instituto Real do Património Artístico de Bruxelas. Coordenou os grandes levantamentos fotográficos destinados à Europália e à Lisboa Capital Europeia da Cultura. Foi o responsável por todos os exames físicos da Pintura Portuguesa do séc. XV, integrado no respetivo Grupo de Trabalho para o estudo científico da mesma.

Dirigiu e executou a mesma tarefa no exame dos Retábulos Flamengos do Museu de Évora. Por solicitação da Biblioteca Nacional, executou o inventário fotográfico dos códices iluminados, a nível nacional. É membro da Associação Portuguesa de Arqueólogos.

Historiador de Fotografia, foi comissário de muitas exposições em museus nacionais sobre espólios fotográficos inéditos de autores como Frederick William Flower (Museu do Chiado), Carlos Relvas (Museu Nacional de Arte Antiga), Jorge Almeida Lima, João Martins, Manuel San Payo, Emílio Biel, etc.

Durante oito anos colaborou na montagem e funcionamento do Arquivo Fotográfico da Fundação Mário Soares.

Fez parte do Comissariado da exposição “Engenho e Obra”, promovida pelo Instituto Superior Técnico em 2003. Em 2008 transferiu-se para o Museu de Lamego para instalar um laboratório de exame de obras de arte para a zona norte.

Atualmente reformado, é colaborador voluntário do Museu do Douro.

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Outras obras do autor:

Crónicas de Fotografia e Património

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Edição: Maio de 2024 | ISBN: 978-989-9070-86-8 | Páginas: 128 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 12cmx22cm