O rufo do tambor que levamos no peito

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No seu primeiro livro de poesia, Rui Guedes mergulha num lirismo sensível e imagético, onde os elementos da natureza dialogam com memórias afetivas e o passar do tempo. Com uma linguagem delicada e visceral, o autor constrói pontes entre o íntimo e o universal, revelando a poesia escondida nos gestos quotidianos e nos ciclos da vida, atribuindo-lhe uma carga emocional latente, intensa e nostálgica.

Tomás Guedes estreia-se como ilustrador. Utilizando lápis, os seus desenhos delicados e expressivos dialogam com os versos, ampliando o universo sensível da obra com traços distintivos e poéticos.

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Desenhar a casa a partir do quarto.

Imaginar que há algo mais que

paredes, janelas e o teto,

e o seu tamanho serviria apenas

para conter o ímpeto das sombras.

Inquieto,

o murmúrio do vento cruza as portas.

Desenhar a casa a partir do quarto.

Desejar que a cama seja algo maior.

O firme desejo de nela nos deitarmos,

deleitarmos

até que as portas se abram

e o murmúrio saído de nós

se misture com a camada ímpia e rugosa

do silêncio.

Desenhar a casa deitados no chão.

 

(excerto, p. 55)

 

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Rui Guedes (n. 24.07.1974, Paredes) é bibliotecário, licenciado em Ciência da Informação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e autor de livros que vão da escrita infantil aos contos e crónicas para adultos, para além da coautoria em trabalhos na área das bibliotecas itinerantes e da perpetuação das narrativas da tradição oral.

Edição: junho de 2025 | ISBN: 978-989-9241-19-0 | Páginas: 66 |  Encadernação: capa mole | Formato: 12cmx22cm