Neste livro Orgânico a dois tons, diluem-se matizes várias, vidas e obras que inspiram o parto de cada poema. A vivo vermelho pintam-se livres, ousados e autênticos alguns dos mais fulgurantes e ástricos rostos da poesia feminina. Numa linguagem plural, Sílvia Mota Lopes fala da mudez das coisas, da inquietude da alma, dos labirintos do coração e orienta, através de finos atalhos, o caminho para a autognose. Nosce teipsum! - parece ecoar de Delfos. Para que o poeta se conheça, diz-nos Sílvia em cicio, deve ser capaz de observar-se no silêncio, sentar-se na varanda de pedra, desenredar a máquina de escrever, estar num quarto a sós com a literatura, mas também partilhar com o outro a sua respiração, perfurar, afoito, as muralhas da cidade, ler as entranhas de outras poesias e uni-las em fios comuns. É, enfim, entregando-se ao caudal livre do rio e dos seus afluentes e deixando-se somente ser que o poeta se encontra e que a poesia se faz eco do mundo.
São quinquaginta constelações de palavras a erguerem numa outras vozes e que afluem num só propósito: escrever a verdade.
Afinal, é um rio que corre nos versos destes poemas.
Luciana Braga
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Sílvia Mota Lopes (n. Braga, 1970), poeta, pintora, ilustradora, autora de literatura infantil e juvenil.
Do seu currículo constam as seguintes obras: Alícia no Bosque(texto e ilustração), 2012; Ser dia e Noite Ser (texto), 2013; A magia de Auris (ilustração, texto de Patrice Pacheco), 2013; Chegaste primeiro (ilustração, texto de Carlos Nuno Granja), 2014; É Aqui Que Ela Mora, (texto), 2015; O cavalinho que queria saber a que cheira a primavera, (ilustração, texto de José Abílio Coelho), 2015, “Pássaro de Mil Cores” (ópera infantil, autora do libreto), 2016; Esboço (poesia), 2017, Aqui há gato (ilustração, texto de Lídia Borges), 2017, Estrela Watoto (ilustração, texto de Marta Marques), 2017; Quando Somos Nuvens (ilustração, texto de Fabíola Lopes), 2018; Dar Corda às Palavras (texto), 2018; Passei Como Um Sussurro para que escutasses o Vento (poesia), 2019; Amor Puro(ilustração, texto de Miguel Pires Cabral), 2020; Não esqueças o meu nome (ilustração, obra de Maria Isabel Fidalgo), 2022; Contos para serem Contados, (ilustração, texto de Rogério Pereira), 2022), Túnica íntima (2022), Ofício volátil da memória (2023), Dez sem trocar os Pés (Ilustração, texto de Maria Do Céu Nogueira) e Histórias da Nonô (ilustração, 2023).
Participou em diversas antologias poéticas.
Exposições
Mito.Sonho.Realidade, Casa dos Crivos, Braga 1994
Mito.Sonho.Realidade,Casa da Cultura, Póvoa de Lanhoso, 1995
Mito.Sonho.Realidade, Galeria Muralha, Guimarães,1996
Mito.Sonho. Realidade,Galeria Pop Cave, Barcelos,1996
Alícia no Bosque, Livraria Centésima Página, Braga2011
Pinto Palavras, Livraria Centésima página,2014
Ponte de Lima e as suas lendas, Biblioteca Municipal, Ponte de Lima,2015
Pintar Com Poesia, Biblioteca Municipal Professor Machado vilela(abril2021), Vila Verde
Pintar Com Poesia, Biblioteca Municipal Francisco Sá de Miranda (junho 2021), Amares
Pintar Com Poesia, Casa Museu Soledade Malvar (novembro 2021), Vila Nova De Famalicão
Pintar Com Poesia, Biblioteca Municipal Lúcio Craveiro Da Silva, (dezembro 2021), Braga
Pintar Com Poesia, Biblioteca Municipal Barcelos, (março 2022), Barcelos
Pintar com Poesia, Clinica da Botica, (dezembro 2022), Prado Vila Verde
Edição: Novembro de 2024 | ISBN: 978-989-9241-03-9
| Páginas: 70 | Encadernação: capa mole | Formato: 12cmx22cm