"Encontrei Zulmira morta nas páginas de um jornal local, há alguns anos. As pessoas da vila não falaram de outra coisa durante dias. Ouvi inúmeras versões e explicações para o fim da existência de uma mulher pouco mais velha do que eu, mãe de dois filhos, como eu, com quem já me cruzara tantas vezes na pequena vila onde ambas crescemos. Um mês depois comecei a escrever sobre a sua morte, tentando, na verdade, compreender e resgatar a sua vida. (...) Ao longo deste tempo que entretanto passou fui (re)construindo fragmentos da sua história. E não obstante o nosso encontro ter acontecido pela morte, o destino deste livro é a memória e a perpetuação da vida de todas as mulheres que me doem através de Zulmira, porque mortas cedo demais. "
Virgínia do Carmo, do preâmbulo
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Virgínia do Carmo nasceu em França em 1973, e cresceu em Trás-os-Montes, onde estão todas as suas raízes. É licenciada em Comunicação Social pelo ISCSP / UTL. Foi jornalista no início do seu percurso profissional, tendo deixado esta actividade para se tornar livreira. Em 2013 fundou a Poética Edições, projecto a que se tem dedicado desde então. É autora de algumas obras, de que se destacam Relevos (poesia, Poética Edições, 2014), Poemas simples para corações inteiros (poesia, Poética Edições, 2017), Ecos de Green Rose (poesia, Poética Edições, 2019) e Uma luz que nos nasce por dentro (contos, Reed. Poética Edições, 2020) e Zulmira morreu (romance, Poética Edições, 2021). Está presente em algumas obras colectivas, como a antologia de escritoras transmontanas, Por longos dias, longos anos, fui silêncio (Âncora Editora, 2015), a antologia de autores portugueses e galegos Terra, (Galiza, 2015), a Plaquette Colectiva de Textos Breves Debaixo do Elmo (Escola Superior de Educação, Porto, 2016), a homenagem a Paul Celan no centenário do seu nascimento, A norte do futuro. (Poética Edições, 2020, organização de Maria Teresa Dias Furtado), Sou tu quando sou eu. Homenagem à amizade(Poética Edições, 2021, organização de Maria Teresa Dias Furtado) e Água Silêncio Sede. Homenagem Poética a Maria Judite de Carvalho no centenário do seu nascimento (Poética Edições, 2021). Organizou a antologia 13 Poetas Portugueses Contemporâneos (Argentina, Leviatán Editorial, 2020). Mais recentemente viu alguns poemas serem traduzidos para castelhano e incluídos na antologia Tras los claveles. 35 poetas portuguesas 1970-1999 (Espanha, Garvm Ediciones, 2022). Ainda em 2022, foi uma das poetas a representar Portugal no ACRUX - Festival de Poesia e Ciência do Estreito de Magalhães, no Chile. A obra “Zulmira morreu” está traduzida em mirandês e espanhol.
atualização março de 2023
Edição: Março de 2021 | ISBN: 978-989-53005-7-0 | desenho capa: Rosário Alves| Páginas: 62 | Encadernação: capa mole com badanas | Formato: 12cmx22cm